“Mas o injusto não se
envergonha da sua injustiça”
Sofonias 3:5
O título deste pensamento não é de minha autoria. Foi dado pelo Pr. Carlos Oswaldo Cardoso Pinto, a sua brilhante palestra, fundamentada no livro do profeta Sofonias 3: 1 a 5, na formatura dos alunos do “O Nutra – Núcleo de Treinamento, Recursos e Aconselhamento Bíblico”,turma de 2005.
Assim, pensando neste texto, vejo uma sociedade que se encontra em um estado deplorável, igual ou pior do que foi relatado pelo profeta Sofonias há quase três mil anos. E com a postura de um profeta de Deus, afirma: “o injusto, pois, não conhece a vergonha”.
Os meios de comunicações são ávidos para o ganho de seus lucros, e nesta ânsia desenfreada não medem recursos para promovê-los. Basta ligar o aparelho de televisão, e em meio a um programa sério, em seus intervá-los vêm cenas deprimentes de sexo quase explícito, onde não há tempo para acionar o controle remoto, a fim de poupar crianças e idosos, ou amigos, que nos visitam.Assim, o vexame é total.
As crianças não são mais inocentes na área sexual, e a grande incidência de meninas-mães é prova evidente. Antigamente assuntos pertinentes ao sexo se falavam de forma reservada, longe das crianças, mas hoje elas sabem mais do que os adultos e comentam sem qualquer pudor. O assunto sexo a que me refiro não é aquele sadio, instrutivo, que deve ser ensinado no lar e na escola, mas sim o que descamba para a imoralidade, o vício e que deturpa o caráter da criança e do jovem.
Grande parte de nossa sociedade perdeu a vergonha. Não há mais respeito dentro do lar, na escola, no trabalho. Há por toda a parte um linguajar obsceno, chulo, palavrões ditos com a maior naturalidade em qualquer recinto. Mas o cúmulo da falta de vergonha se deu há poucos dias, como foi noticiado amplamente na imprensa:
“As câmeras de segurança da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, mais conhecida como CPTM, em São Paulo , registraram o ato sexual de um casal dentro de um trem da linha 12- Safira. As imagens foram gravadas no início desta semana (17), por volta das 23h. A mulher chegou a ficar totalmente pelada na ação que durou cerca de dez minutos em um vagão completamente vazio”.
O que fazer diante de um quadro sórdido como este? Como reagirão nossas crianças ao ouvirem tais notícias ou assistirem tais cenas vergonhosas? O que ensinarão seus pais e mestres?
Ensinar com exemplo é o primeiro passo. Buscar sabedoria em Deus que é a fonte inesgotável. E nada melhor do que o lar, a escola por excelência, onde o diálogo deve ser incentivado, o respeito cultivado e a decência estabelecida em primeiro lugar. Só assim teremos uma geração modificada, com princípios solidamente estruturados.
O profeta Sofonias tinha diante de si um panorama sombrio onde a sociedade estava enterrada até o pescoço. A razão de todo este afastamento é apontada nos seguintes versículos:
“Os seus oficiais são leões rugidores no meio dela; os seus juízes são lobos da tarde, que nada deixam para o dia seguinte”.
“O Senhor é justo no meio dela; ele não comete iniquidade; cada manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta; o injusto, porém, não conhece a vergonha”.
Enquanto a voz de Deus, que no silêncio dó coração fala alto e amorosamente, não for ouvida, o caos permanecerá e a falta de vergonha crescerá como erva daninha no coração do povo.
Além do mais, a falta de vergonha se instalou em muitos setores da sociedade porque houve um afastamento de Deus, e consequentemente de seus ensinos. Mais do que nunca muitos se esqueceram das palavras de Jesus proferidas no Monte das Bem-aventuranças: “Bem-aventurados os limpos de coração porque verão a Deus”
Nos tempos do Apóstolo Paulo, muitos moradores da cidade de Corinto, um antro de prostituição, descobriram em Cristo os rumos para uma vida decente, e foram “lavados, santificados e justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (I Cor.6:11).
Ainda há remédio para nossa sociedade, quando cada família, de mãos dadas, buscar os ensinos de Jesus e com fé se voltar para Ele.
Só assim o paradoxo da vergonha terá seu final.
Orlando Arraz Maz
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Uma resposta
Realmente vivemos em um mundo mergulhado em trevas e só pela graça e misericórida de Deus conseguimos viver e criar nossos filhos neste mundo, remando contra a maré!
Méleri