Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos
a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia,
pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão
produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles.
Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê,
mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório,
mas o que não se vê é eterno. (II Coríntios 4:16-18)
Quem aprecia o sofrimento? Sem dúvida nenhum de nós, pois nos tira a tranquilidade, nos causa tristeza, e nos deixa prostrados.
O apóstolo Paulo neste capítulo escreve que somos vasos de barro, os quais são tão frágeis que um leve descuido pode transformá-los em cacos. Entretanto, a luz do evangelho brilhou em nosso coração, e foi colocada dentro de nós, verdadeiros vasos de barro. Assim, a força que nos vem procede de Deus e nada existe de extraordinário em nós.
Portanto, os sofrimentos do apóstolo Paulo, que não foram poucos, são vistos como “leves e momentâneos”. Entretanto, quando lemos o relato descrito em II Coríntios 11:23 e seguintes, ele menciona pelo menos vinte e duas situações de sofrimentos: encarcerado, açoitado cinco vezes, exposto à morte, três vezes golpeado, uma vez apedrejado, três vezes naufragou, uma noite e um dia no mar, perigos nos rios, de assaltantes, compatriotas, gentios, na cidade, no deserto, no mar, falsos irmãos, sem dormir, passando fome e sede, jejum, frio e nudez. Cada uma delas nos deixam perplexos: como uma pessoa pode suportar tanto sofrimento? Mas para Paulo eram leves e momentâneos, pois naquele corpo frágil de barro, residia o poder de Cristo.
Quanta lição para todos nós frente a sofrimentos, quer intensos ou moderados que nos tiram o sossego e que nem sequer podem ser comparados ao do apóstolo, que provavelmente foram suportados desde sua conversão até seu martírio, um período de vinte ou trinta anos aproximadamente.
Por certo o apóstolo Paulo recebeu a coroa da vida, nas palavras de Tiago: “Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam”. (Tiago 1:12)
Paulo nos dá a chave para abrir nosso entendimento: seus sofrimentos produziriam uma glória eterna superior a todos eles, e seu olhar que vem pela fé seria dirigido não para seus efeitos, mas para aquilo que é eterno, e que aponta para as bênçãos futuras. Assim, as aflições do presente não podem nos desanimar, tendo em vista a glória em nós a ser revelada.
F.B.Marsh, um comentarista bíblico, assim demonstrou o texto bíblico aqui comentado, como uma pirâmide:
Glória
Peso de glória
Eterno peso de glória
Excelente e eterno peso de glória
Mais excelente e eterno peso de glória
Cada vez mais excelente e eterno peso de glória
Que tenhamos a mesma lucidez de Paulo e sua firme convicção em admitir que nossos sofrimentos são leves e momentâneos e que produzem para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles.
Que oremos ao Senhor a cada dia para que nossa fé seja fortalecida.
Que assim seja
Orlando Arraz Maz©