Desde a saída de Moabe temos acompanhado os firmes passos de Rute, sempre atenta aos sábios conselhos de Noemi. Muitas coisas aconteceram em sua vida, e os dias sombrios ficaram para trás, apontando para uma nova esperança que começara a brotar em seu coração.
O relato encontrado neste capítulo, bem como em algumas partes deste belo livro, pode parecer estranho, pois se desenrola num cenário campestre. Acompanhemos com reverência sem quaisquer ilações de nossa parte,tais como: Rute foi atrás de Boaz; deitou-se junto dele, aos seus pés, atitudes incomuns e impróprias em nossos dias, sobretudo entre aqueles que temem ao Senhor Deus. E sendo comuns naquela época,tão somente vemos em Rute e Boaz um comportamentopuro,próprio daqueles que pautam por uma vida de obediência e amor pelas coisas do Senhor (v. 14).
A época da colheita transcorria num clima festivo. O período de árduo labor terminara após longas horas sob o sol inclemente e forte. Mas a compensação maior encontrava-se nos celeiros que estavam cheios de trigo, garantindo uma vida abundante e feliz. E Boaz, como talvez outrosfazendeiros de Belém, também estava alegre. E depois da festa (v.7), foi deitar-se ao pé de um monte de grãos.
Rute , por sua vez, instruída por Noemi(v.4), após Boaz deitar-se junto ao monte de grãos, também foi para lá e deitou-se.“Então chegou ela de mansinho, e lhe descobriu os pés e se deitou.(v.7). Sem qualquer barulho, quieta e submissa, pois ali, bem pertinho, estava o seu remidor.
Este belo quadro evoca-me a lembrança do hino: “Aos pés de Cristo eu quero estar, benditas horas ali passar”. Como Rute aos pés de Boaz, quieta e submissa, humilde e confiante, eu e você, encontraremos tudo aos pés do Senhor Jesus. Mas urge estarmos imbuídos de igual sentimento.
Antigamente aprendia-se aos pés dos sábios mestres, indicando assim, que o “saber” do discípulo estava ao rés do chão. Foi assim com Paulo aos pés de Gamaliel, e com Maria, irmã de Marta, aos pés do Salvador.
Que tal chegarmos de mansinho aos pés de Jesus, deixando tudo o que faz barulho, qual nosso orgulho, nosso “eu”,nosso saber, nossas posses, nossa “espiritualidade”, nossa boca falante, e tudo, enfim. Somente bem pertinho de Jesus, Ele nos cobrirá, a fim de que nos sintamos protegidos, amparados, acalentados, confortados. E no silêncio de nossos corações, sua voz mansa e delicada nos encherá de paz e de sabedoria.
Que assim seja
Orlando Arraz Maz
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