Quero homenagear uma grande mulher neste dia Internacional da Mulher.
Era filha de espanhóis numa família de onze irmãos.
Ainda jovem se casou, e moradora da cidade, foi para o interior.
E lá veio o primeiro filho.
Mudou-se para a cidade grande em busca da cura para o filho, e nunca mais voltou para o campo.
Depois, mais quatro filhos vieram. Com cinco filhos o quadro estava completo: três homens e duas mulheres.
E passou a ajudar o marido na sobrevivência de todos eles.
Primeiro, como costureira para grandes lojas, onde buscava fardos de roupa e os carregava sobre os ombros até sua casa. E tudo a pé para economizar alguns trocados.
Mais tarde foi faxineira em uma escola em troca do ensino para os seus filhos.
Essa grande mulher com pouca cultura se esforçava para dar um futuro promissor a cada um deles.
E assim foi por longos anos.
Aos 24 anos colocou sua vida nas mãos de Cristo, e apesar das dificuldades, era feliz.
E na trajetória dessa vida, sofreu pelo pai e alguns irmãos presos por motivos políticos.
O pai nunca mais viu, pois deportado para a Espanha, ali morreu.
Os anos passaram e essa grande mulher, aos 54 anos viu a morte arrebatar seu marido;e cinco meses depois a morte levou sua filha, deixando quatro crianças que foram criadas por ela.
E começou tudo de novo aos 54 anos de idade, cuidando de crianças, roupas, livros, escola. E não fracassou. Em cada momento as forças de Deus desciam ao seu coração e ela se renovava a cada manhã.
Aos 76 anos a morte chegou novamente levando seu filho caçula com 40 anos de idade.
Embora mergulhada na mais profunda tristeza, não se deixou abater.
Essa grande mulher viveu mais 9 anos, e apesar de tantas curvas, descidas e subidas nessa estrada, era feliz.
Tinha uma voz grave (ela nunca gostou),que não a impedia que cantasse seus hinos favoritos. E muitos em castelhano, língua que aprendeu na juventude.E este era um dos seus favoritos:
“Cuando la trompeta del Señor se toque la final,
Com fulgor apunte El alba eternal,
Y los redimidos suban a su casa celestial,
Quando allá se pase lista yo estaré.
Estribilho:
Cuando allá se pase lista, quando allá se pase lista,
Cuando allá se pase lista, cierto estoy que por su gracia alli estaré.
Essa notável mulher foi chamada por Deus aos 85 anos de vida e já se passaram 12 anos. E que saudades!
Fermina Mas Arraz, minha mãe, receba esta humilde homenagem.
Orlando Arraz Maz – seu filho
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Uma resposta
Chorando, catei. Ótima lembrança e oportuna postagem. Zézinho – (a Ismália não gosta – é José), tinha 40, (só para lembrar-lhe), o importante está correto. Valeu! Grato. Abraço. Tonico