Quando leio estes versículos vêm à minha mente uma cena bastante estranha, principalmente por ser Judas o protagonista. Ele vai à frente do comando romano, dos guardas dos sacerdotes e fariseus, munidos de tochas, lanternas e armas.
Nestes quase três anos Judas conhecia bem a Jesus, e sabia que nele não havia periculosidade, para munir-se de todo este arsenal, como se fosse prender um bandido nos moldes de Barrabás ou outro qualquer.
Judas esteve tão próximo de Jesus nestes anos sem nunca ouvir dos seus lábios qualquer ameaça, nem tampouco vê-lo portando qualquer arma, portanto, sua atitude chama nossa atenção – quão longe estava de conhecer o coração do Mestre.
Entretanto, não só o armamento chama nossa atenção, mas também as tochas e lanternas usadas para iluminar o jardim. O evangelista Mateus afirma que era “noite”, e entre as árvores do jardim as trevas seriam densas. As lanternas eram abastecidas com óleo cuja durabilidade era bastante reduzida.
Lanternas e tochas usadas para buscar aquele que era e é a Luz do mundo, algo estranho e sem sentido.
A luz de Cristo é abundante e nunca acaba. Ele é a fonte de luz, e não depende de ninguém. Ele é a luz do mundo e quem o segue não andará mergulhado nas trevas. Judas jamais descobriu esta verdade deslumbrante e muniu-se de míseras tochas e lanternas. E permaneceu na mais triste escuridão de sua alma, perdendo-se por toda a eternidade.
Muitos que estão entre as árvores nos lugares mais escuros da vida, e recebem uma iluminação bruxuleante e precária, que mal lhes aponta o caminho, não conseguem enxergar a face iluminada de Jesus.
Hoje Cristo deseja iluminar vidas daqueles que não querem largar tochas e lanternas.
Que assim seja
Orlando Arraz Maz