“Por dois anos inteiros Paulo permaneceu
na casa que havia alugado,
e recebia a todos os que iam vê-lo” (Atos 28:30-31)
“Há males que vem pra bem”. Este dito popular pode ser bem usado nestes dias que atravessamos: O coronavírus veio e transformou a vida das pessoas, os negócios, o trabalho, a frequência nas escolas e faculdades, e sem dúvida tem sido um dos males mais terríveis que assolam o mundo.
Os governantes estabeleceram regras rígidas tão comentadas e difundidas por todos os órgãos de comunicação. Uma delas é a permanência de todos dentro de suas casas e o mínimo contato com outras pessoas. Tudo isso para evitar a contaminação do coronavírus e a morte de muitas pessoas infectadas.
Mas diante de tal panorama, onde está o bem? Então, o tempo que faltava a todos, agora sobra. Quantas vezes ouvíamos de alguém a expressão: “hoje foi um dia corrido, precisava ter vinte cinco ou vinte e seis horas”. Agora cada um dentro de sua casa inventa como passar seu tempo. E quanta criatividade temos assistido.
Embora não seja errado ocupar nosso tempo em diversas atividades, uma coisa chama minha atenção: agora podemos pensar nas coisas de Deus. Em tempos normais, quando algum amigo nos oferecia um livro sobre as maravilhas do amor de Deus, ou mesmo quando éramos orientados para ler as Escrituras Sagradas, a Bíblia, ou ainda convidados para ir à igreja, logo vinha a resposta: “não tenho tempo, ando muito ocupado!
A Bíblia relata no livro de Atos uma das prisões do apóstolo Paulo, quando ficou cerca de dois anos preso em uma casa alugada: “Por dois anos inteiros Paulo permaneceu na casa que havia alugado, e recebia a todos os que iam vê-lo” (Atos 28:30-31). Não mais circulava pelas ruas agitadas das grandes cidades, em meio ao burburinho entre as pessoas, mas se encontrava separado totalmente por ordem das autoridades de Roma. O tempo que dispunha na prisão poderia ser gasto na ociosidade, entretanto, o usava para a expansão do reino de Deus “Pregava o Reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor Jesus Cristo, abertamente e sem impedimento algum”.
Estamos, portanto, em melhores condições do que o apóstolo. Segregados em nossa casa, protegidos deste vírus tão assustador, sem algemas nas mãos, e com tempo de sobra para aprendermos mais da graça e do amor de Jesus. Quem sabe este aprendizado poderá levar-nos a descobrir que Deus tem uma mensagem para todos, pois embora a religiosidade em nosso país seja grande, muitos ainda não abriram a porta do seu coração para Jesus, não mudaram seus pensamentos, e não se converteram verdadeiramente.
Lamentamos, por fim, a tragédia que assola muitos lares enlutados. São como dois lados de uma mesma moeda: um, o mal, outro, o bem que nos dá a oportunidade de ouvirmos a voz de Deus dentro de nossas casas, e no mais profundo dos nossos corações.
Que assim seja
Orlando Arraz Maz©