Então o rei Davi entrou no tabernáculo,
assentou-se diante do Senhor, e orou:
“Quem sou eu, ó Soberano Senhor,
e o que é a minha família, para que
me trouxesses a este ponto? (II Sam. 7:18)
Hoje gostaria de meditar com vocês sobre dois homens amados por Deus: Moisés e Davi.
De Moisés aprendemos que Deus falava com ele como qualquer fala com seu amigo: (Êxodo33:11). Claro que se tratava de revelações extraordinárias, o que é algo marcante para qualquer ser mortal, uma vez que Deus é espírito. E ele caminhou com Deus durante toda sua vida, e sob orientação divina, retirou o povo do Egito , atravessando um deserto inclemente sob pressão de todo o povo. Sofreu bastante, como deduzimos dos relatos bíblicos, e embora falhando várias vezes, foi fiel a Deus, como lemos: “Não é assim, porém, com meu servo Moises, que é fiel em toda a minha casa”(Números 12:7)
O maior desejo de Moises, por certo, era entrar na terra prometida, e desfrutar de suas farturas e belezas, mas foi impedido por Deus, e esse desejo veio por terra. “Portanto, você verá a terra somente à distância, mas não entrará na terra que estou dando ao povo de Israel” (Deut.32:51-52). Mesmo assim, com tamanha punição, prosseguiu servindo ao Senhor com toda a fidelidade. Não diminuiu seu ritmo de trabalho, não perdeu seu ânimo, não se queixou para ninguém, pelo contrário, preparou de forma magnífica seu sucessor, Josué.
Quanto a Davi, um homem segundo o coração de Deus. Lemos esta declaração maravilhosa de Samuel: “… o Senhor procurou um homem segundo o seu coração e o designou líder de seu povo…”(I Sam. 13:14). Mais tarde o apóstolo Paulo, ao ser solicitado pelos chefes da Sinagoga para lhes dar uma palavra de encorajamento, referindo-se a Davi, falou: ”Depois de rejeitar Saul, levantou-lhes Davi como rei, sobre quem testemunhou: “Encontrei Davi, filho de Jesse, homem segundo o meu coração; ele fará tudo o que for da minha vontade”. (Atos 13:22)
Na sua trajetória, Davi foi surpreendente. Desde sua escolha, de onde apascentava o rebando de seu pai, até ser um dos maiores reis de Israel. As vitórias que alcançou serviram para fortalecer o reino de Israel e alargar suas fronteiras. Era um homem dedicado a Deus, o que descobrimos pelos inúmeros Salmos que escreveu, os quais têm fortalecido multidões sem fim através dos anos.
Entretanto, como Moises teve seu sonho frustrado: construir uma casa para o Senhor seu Deus. O tabernáculo era morada provisória de Deus, e mesmo assim se alegrava em frequentá-lo: “Alegrei-me com os que me disseram: Vamos à casa do Senhor” (Salmo 122:1). Amava a casa de Deus: “Eu amo, Senhor, o lugar da tua habitação, onde a tua glória habita” (Salmo 26:8).
Porém, foi impedido pelo Senhor de construir o templo, conforme suas próprias palavras: “Davi mandou chamar seu filho Salomão e ordenou que ele construísse um templo para o Senhor, o Deus de Israel, dizendo: Meu filho, eu tinha no coração o propósito de construir um templo em honra do nome do Senhor, o meu Deus. Mas veio a mim esta palavra do Senhor: Você matou muita gente e empreendeu muitas guerras. Por isso não construirá um templo em honra do meu nome, pois derramou muito sangue na terra, diante de mim” (I Cron.:22:6-8).
Como Moisés, não desanimou. Impedido de construir o templo, ofertou de seu tesouro pessoal todo o material necessário. Ele mesmo afirma: “Com muito esforço providenciei para o templo do Senhor três mil e quinhentas toneladas de ouro, trinta e cinco mil toneladas de prata, e tanto bronze e ferro que nem dá para calcular, além de madeira e pedra. E você (Salomão) ainda poderá aumentar a quantidade desse material” (I Cron. 22:14). Causa grande impressão a disposição do seu coração, em ofertar para o Senhor imensos tesouros. Por certo, antevia a glória do templo.
Quanta lição nos trazem estes homens notáveis. Impedidos de realizarem seus sonhos mantiveram-se firmes no propósito de servirem a Deus.
E nós, como estamos na jornada do Senhor? Desistimos facilmente em face dos sinais vermelhos de Deus? Ou continuamos a servi-lo fielmente, certos de que Ele será engrandecido, mesmo sem vermos nossos desejos realizados. Será que desanimamos facilmente em sua obra, ou nos esforçamos ao máximo para que outros desfrutem das bênçãos do Senhor?
Que assim seja.
Orlando Arraz Maz©