Quantas vezes o nosso coração fica pequenino diante de tanta tristeza. Como a folha levada pelo vento de um lado para o outro, assim são os nossos pensamentos. Daí nossa fragilidade.
Basta um encontro com a dor, a doença, a morte, e nos sentimos tão desgastados, medrosos, assustados.
Foi assim que se deu no lar de Betânia. A doença chegou e Lázaro morreu. Muitas vezes Jesus foi hospedado por esta pequena família, mas naquele dia estava ausente, bem distante.
As duas irmãs agora lamentavam, e com os corações em pedaços vertiam suas lágrimas. E quantos pensamentos não povoaram suas mentes.
Entretanto, alguém levou a mensagem da enfermidade de Lázaro a Jesus. Diante da notícia, Jesus permaneceu naquela cidade mais dois dias, e Lázaro morreu.
Nada sabemos do que se passou na mente do informante. Quem sabe raciocinou: “mas ele está demorando demais”, ou “por que não deixou tudo e saiu às pressas para socorrer o amigo tão querido”? Se assim foi, não sei. Mas eu teria pensado assim.
E depois de dois dias a notícia da morte de Lázaro aos seus discípulos partiu de Jesus em primeira mão, sem que ninguém o tivesse avisado.
“Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono”.
Ao aproximar-se da pequena cidade de Betânia, Marta saiu ao seu encontro, e mergulhada em sua tristeza reclamou da presença de Jesus antes da morte de seu irmão. Foi sincera na presença de Cristo, e recebeu dele a resposta que tem ficado gravada nas Sagradas Escrituras e que tem confortado milhões e milhões através dos anos:
“Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto? Respondeu-lhe Marta: Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.”
Maria permaneceu sentada em sua casa, até chegar sua irmã Marta com a boa notícia que Jesus queria vê-la: “O Mestre está aí e te chama”. Saiu em disparada, e ao chegar lançou-se aos pés de Jesus derramando suas lágrimas. Este era seu lugar predileto.
E Jesus comovido, chorou também. E logo em seguida trouxe de volta à vida seu amigo Lázaro. E a alegria voltou a reinar naquele lar.
Sejamos sinceros na presença de Jesus em nossas orações, contando-lhe nossas tristezas, apreensões, temores, como Marta, e adoradores como Maria. Guardemos em nossos corações a certeza de que Ele sempre está presente em todas as circunstâncias, e conhece todos os seus pormenores.
As duas irmãs foram surpreendidas pelo majestoso milagre, e alguns dias depois Maria expressa toda a sua gratidão derramando um bálsamo de nardo puro, de “grande preço”, nos pés de Jesus como narra o evangelista João.
Jesus quer que tenhamos os olhos da fé abertos, pois somente assim seremos capazes de “ver a glória de Deus”. “Sem fé é impossível agradar a Deus”.
Que as tristezas, as tragédias, as doenças terminais, a perda de familiares e amigos e tantas outras adversidades, não fechem os nossos olhos, nem apaguem a pequenina chama de fé em nosso coração, pois no meio de todo esse caos podemos “ver a glória de Deus”.
Que assim seja
Orlando Arraz Maz