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O ROSTO DE JESUS – Autor: Orlando Arraz Maz

COMO ERA O ROSTO DE JESUS

Muito se tem falado sobre o aspecto físico do Senhor Jesus. Livros em grande quantidade foram escritos, telas foram retratadas e milhares de pensamentos foram exteriorizados.

E você, de uma maneira especial, qual é sua idéia sobre sua pessoa? Alto, loiro, olhos azuis, cabelos compridos, olhar triste, semblante sombrio e por aí afora…?
Quantas vezes formamos a idéia de alguém qainda não conhecemos. Vamos ao encontro e começamos a formar uma imagem em nosso pensamento: “será gordo, magro, expansivo, calado” ? E ao nos encontrarmos, quantas surpresas.
A Bíblia nada fala quanto ao aspecto de Jesus. Todas as especulações ficam por conta do ser humano. E não é de hoje, pois os artistas desde os tempos mais remotos têm produzido verdadeiras obras primas, as quais tendem a nos incutir suas formas físicas.

A primeira indagação que nos vem à mente é “por que Deus escondeu do homem as belezas físicas de seu amado Filho?”
Quando a Bíblia se refere a Saul, encontramos o seguinte texto:
 

“Tinha este um filho, chamado Saul, jovem e tão belo que entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo de que ele; desde os ombros para cima sobressaía em altura a todo o povo”.(I Sam.9:2)
Com Davi :
Jessé mandou buscá-lo e o fez entrar. Ora, ele era ruivo, de belos olhos e de gentil aspecto… ( Sam. 16: 12)

Com Absalão:
Não havia em todo o Israel homem tão admirável pela sua beleza como Absalão; desde a planta do pé até o alto da cabeça não havia nele defeito algum. : (II Sam.14:25)

Mas de Cristo, Deus omite seus traços em toda a Escritura.
Recentemente alguém reproduziu como seria o rosto do Senhor Jesus, totalmente diferente daquilo que o mundo sempre concebeu: um judeu de média estatura, olhos e cabelos curtos, pretos, nariz aquilino, tal como conhecemos os homens daquelas terras.
Desde a minha infância sempre concebi Jesus tal qual retratado nos livros infantis. E sua figura sempre me atraiu. Mas hoje, na idade adulta, volto-me para a Palavra de Deus e tento descobrir o aspecto desta maravilhosa pessoa que tem atraído multidões através dos anos.
Quem sabe Deus omitiu seus traços a fim de que o ser humano se concentrasse nas belezas espirituais e por estas fossem atraídos?A beleza de uma pessoa está em seu caráter e reside no mais fundo do seu ser. Entretanto, o ser humano ainda não aprendeu esta lição.

Não foi assim que Deus ensinou a Samuel quando este viu a Eliabe? ( I Sam.16:7)
“…pois o homem vê o que está diante dos olhos,porém o Senhor olha para o coração”.
Encontramos na palavra de Deus muitas pessoas que desejavam ver a Jesus: Alguns gregos durante a festa :”Estes, pois, dirigiram-se a Felipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus”. João 12:21

O pequeno Zaqueu: “Este procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, porque era de pequena estatura”.Ev.Lucas cap.19
É interessante notar que o conhecimento de Zaqueu levou-o a seguir a Cristo; quanto aos gregos, somente na eternidade conheceremos os efeitos deste notável conhecimento, pois a mensagem de Jesus para eles foi de uma extraordinária sabedoria, que só o Deus-Homem seria capaz.
Mas a curiosidade ainda persiste: como era o rostode Jesus?

Se pudéssemos perguntar, qual repórter, a Zaqueu, por certo dele ouviríamos: “é o mais belo homem que já conheci”; e Pedro, enfaticamente, diria: “tem um carisma notável e dotado da mais intrigante persuasão”; André nos diria: “é um homem que quando conversa com alguém as horas não passam, mesmo se tarde da noite”… Nicodemos, então diria:” até mesmo alta madrugada é um homem impressionante”…e se algumas daquelas criancinhas que foram abençoadas por ele pudessem falar, diriam: “é um homem diferente que tem um toque mágico nas mãos…  e Mateus:   “é tão atraente que quando o vi, deixei minha mesa de trabalho, passei a segui-lo e nunca mais o deixei…e Judas, o que o traiu: “quando o vi naquela noite, entre as árvores do jardim, mesmo sob a luz bruxuleante das tochas, não resiste seu olhar ao beijá-lo, e esse olhar me acompanhou até a morte, tirando-me a coragem de, em vida, encará-lo , abraçá-lo e suplicar-lhe   seu perdão…
O retrato de Jesus durante o seu ministério, sem dúvida, embora não esboçado nas Escrituras, foi o do homem de beleza sem par. Um homem perfeito não só no físico, mas no espírito e na alma. Era um homem alegre a cada minuto do dia, sem mau humor. Um homem que podia chegar perto de crianças com um sorriso no rosto, diante da mulher pecadora com um olhar de carinho, diante de Pedro, após a negação, com um olhar de compaixão, e cada um por si só soube interpretar da melhor forma possível aquele olhar.
Sim, Jesus sempre foi uma pessoa alegre, porque o pecado é que entristece a alma, foi uma pessoa sadia, pois nunca lemos de qualquer enfermidade, nunca houve momentos de depressão, o que, sem dúvida, causava surpresa aos seus perseguidores.
Jesus sempre foi o Maravilhoso descrito por Isaias 9:6
Pelo salmista, “Tu és o mais formoso dos filhos dos homens: a graça se derramou em teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre… todas as tuas vestes cheiram a mirra a aloés e a cássia; desde os palácios de marfim de onde te alegram.”(Salmo 45:2,8)
Mas muitos vêem a Jesus como “homem de dores, que não tinha parecer nem formosura, e que olhando nós para ele nenhuma beleza víamos para que o desejássemos”, tão bem retratado pelo profeta Isaias.

Este retrato foi deixado por Deus, para todos os homens, a fim de que pudessem sentir a transformação que o pecado opera na vida.
É este retrato que Deus tem interesse que conheçamos. É um retrato sem retoques que nos mostra os efeitos maléficos do pecado.
 

Sim, o profeta Isaias, inspirado pelo Espírito Santo, quis retratar a desfiguração de Cristo na cruz.E de uma forma magnífica mostrar os efeitos do nosso pecado na transformação mais bela do rosto de um herói, cheio de graça e verdade. Aquele que sentiu depressão no jardim, sintoma até então desconhecido por ele, pois lá começava a trajetória para levar sobre si os nossos pecados.

Que jamais pensemos que o semblante de Jesus na cruz, um homem de dores, foi o mesmo durante o seu curto ministério.
Na cruz, sim,houve a cruel transformação, lá era o perfeito homem de dores, “era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos. E. como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado e não fizemos dele caso algum”(Isaias 53:3).

Quanto estrago o meu pecado fez no adorável rosto do meu Cristo. Quanta transformação operada naquele que era a simpatia das criancinhas, o novo amigo e depois o Salvador da mulher samaritana, o protetor e conselheiro da mulher adúltera, o restaurador da vida no lar da viúva, na casa dos amigos de Betânia…mas na cruz, aquele rosto, aquele olhar , aqueles pés e aquelas mãos foram transfiguradas e perderam todos os encantos, e o sangue que escorria pela sua fronte escondia toda a sua beleza.
Este é o retrato que Deus queria que contemplássemos. E nessa contemplação, fizéssemos um diagnóstico dos efeitos malignos do pecado. “Verdadeiramente Ele tomou sobre si nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si…” A feiúra do meu pecado dilacerou e desfigurou o rosto do meu querido Salvador naquela horrenda cruz. E o profeta completa : “e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido”. Que engano mais tormentoso pensarmos que ele foi ferido de Deus pelo seu pecado…“Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades.
O meu pecado, o pecado do prezado leitor, foi como um raio que ao cair transformou o mundo e a vida num verdadeiro caos.
O homem e a mulher ao serem criados, sem o conhecimento do pecado, eram pessoas maravilhosas, assim como toda a criação.

Mas o pecado, qual vilão, tudo estragou.

E Jesus Cristo, o Maravilhoso, também foi atingido pelo meu pecado, e na cruz  transformou-se no mais indigno dos homens.
Eu e você fomos os responsáveis pela sua horrenda figura naquela cruz. Foi o nosso pecado que o desfigurou.
Hoje, após a obra consumada na cruz, Deus nos deixa outro retrato do seu amado filho. E este é revelado pelo apóstolo João na ilha de Patmos:
“E virei-me para ver quem falava comigo. E virando-me vi sete castiçais de ouro; e no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito, com um cinto de ouro.(Apoc.1:12-18).
Que a contemplação deste Salvador permaneça em cada coração. Naquele dia contemplaremos um Salvador glorificado sem o semblante da cruz, embora mostrando as marcas em seu corpo.

É este Salvador que Deus me apresentará naquele dia. É o Salvador maravilhoso das Escrituras, o Salvador sofredor na cruz, o Salvador triunfante nos céus. É este Salvador que eu quero ver.
Que Ele seja louvado para sempre, pois há de enxugar meu pranto, pois o fruto da obra daquela cruz, que transfigurou meu amado Senhor, perdoou para sempre o estrago que meus pecados fizeram no seu maravilhoso semblante.

E com satisfação hoje podemos cantar:: “Vamos ver o Rei ali, sua santa paz fruir, com Jesus morar, seu rosto contemplar, grande gozo desfrutar”(HC 208).



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