Os que ficaram sem nomes O menino dos cinco pães e dois peixes

Este é um milagre extraordinário. Todos os milagres são extraordinários, mas os realizados por Jesus têm algo para nos ensinar e são revestidos de extrema beleza e simpatia.

Sempre notamos em seus milagres sua compaixão: quer pela dor causada pela enfermidade, quer pela aflição dos familiares, notadamente dos pais, quer pela tristeza dos amigos incapacitados. Ele via o sofrimento de todos e se condoía profundamente.

Neste milagre ele viu uma multidão faminta. Em pleno deserto, ao findar do dia, quase noite, talvez sob o vento forte, sem as mínimas condições para comprarem algo para comer. João em seu Evangelho nos diz que Jesus disse a Filipe: “Onde compraremos pão para esse povo comer?”. Certamente Ele conhecia todos os detalhes para o suprimento da multidão, pois assim nos revela a conclusão do versículo: “Fez essa pergunta apenas para pô-lo à prova, pois já tinha em mente o que ia fazer” (João 6:5,6).

Como é bom crer num Salvador que conhece nossas necessidades, nossas aflições e temores. Sabe perfeitamente que muitas vezes palmilhamos pelo deserto, batidos por ventos fortes das nossas culpas, sofrendo e lamentando, famintos por sua Palavra que pode mudar nossos rumos.

Filipe logo se dispôs a fazer cálculos: “Duzentos denários não comprariam pão suficiente para que cada um recebesse um pedaço!” Os demais sugeriram que fossem aos campos e povoados vizinhos comprar algo para comer e ainda disseram: “Devemos gastar tanto dinheiro em pão e dar-lhes de comer?”

Não podemos criticar esse comportamento dos discípulos, pois no fundo somos todos iguais. Mas Jesus é diferente. Ele vê necessidades e necessitados, e tem todo o poder para as soluções.

Ele veio para saciar os famintos. Assim lemos nos Salmos: “Abençoarei abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus necessitados” (132: 15), ou no sermão da montanha: “Bem aventurados vós os que agora tendes fome, porque sereis fartos”(Lucas 6:21).

Nesta altura, André, irmão de Simão Pedro, tomou a palavra. “Aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isto para tanta gente?” Raciocínio e não fé.

Sempre me perguntei: “Como André descobriu esse rapaz?” E eu mesmo respondo pensando naquele dia que ele correu em busca de seu irmão para contar que achara o Messias. Vejo em André uma pessoa falante, comunicativa, expansiva. Sem dúvida ele já teria conversado com o rapaz,e falado de seu Amado Mestre, e nessa conversa tomou conhecimento de sua escassa provisão.

Nada sabemos do menino: sua idade, seu nome, sua família, seus recursos, embora os pães que levava eram de cevada, alimento dos pobres. Se nada disso sabemos, uma coisa é certa: com alegria entregou sua provisão barata para que nas mãos de Jesus fosse enriquecida.

E foi o que aconteceu naquele findar de dia. Jesus acomodou o povo em grupos de cinquenta, deu graças pelos pães e pelos peixinhos, mandou os discípulos distribuírem e todos se fartaram.

A Bíblia omite o nome do menino, assim como de muitos outros que serviram a Jesus. Assim quis o seu Autor, o Espírito Santo, e nada há de errado nessa omissão, pois nosso Deus é inerrante.

Seu nome está omitido, mas sua ação está registrada e milhões e milhões já a leram e foram beneficiados por ela através dos anos, e outros tantos ainda a lerão.

Vivemos tempos onde as ações de muitos são registradas, beneméritos por toda a parte com ostentação de seus nomes em lugares de destaques, arrancando o aplauso das multidões.

O rapaz dos pães e peixinhos, um benemérito autêntico, anônimo, abriu mão de sua frugal provisão que serviu para alimentar a multidão, deixando-nos lições preciosas e profundas:

Deu do que mais precisava;
Não ficou com uma pequena parte para si;
Não pensou que ofertando voltaria para casa com fome;
E entregou tudo nas mãos de André que os repassou a Jesus.

Quantas vezes nos assustamos com o amanhã, duvidamos do poder de Jesus, queremos fazer “reservas” de ideologias, de crenças, de pensamentos positivos, e não abrimos mão daquilo que Jesus nos pede.

O rapaz sem nome ganhou muito mais do que deu. Talvez tenha saboreado mais pãezinhos e peixinhos, e estes tinham o sabor do poder de Jesus.

Que tal imitarmos esse rapaz sem nome, entregar tudo a Jesus, para que ele multiplique bênçãos sem medida.

Hoje Ele quer corações, vidas, ações, gestos, compromissos, e ainda nos fala: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos”. (Provérbios 23:26)

Orlando Arraz Maz

Picture of orlando

orlando

Respostas de 4

  1. Conteúdo maravilhoso.
    Esse fato da omissão serve para nos ensinar acerca da Palavra do próprio Cristo onde nos lembra para cuidarmos daquilo que nossa mão direita fizer que a esquerda não saiba.
    Infelizmente até as congregações quando fazem alguma ação social divulgar aos 4 cantos, com nomes de pastores, Igrejas…. Totalmente anti biblico mas enfim…

  2. É maravilhoso saber o que o ato de pessoas anônimas fizeram ao longo do ministério do Senhor Jesus.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Bem vindo!

Deixe seu comentário no final da postagem aqui no blog.

A SENDA DO CRISTÃO

HINOS E CÂNTICOS

O FOLHETO FALANTE

Clique no folheto que abrirá em PDF

Postagens Recentes

UMA SALA DE TROFÉUS

Uma sala de troféus     Quem não se orgulha em ostentar troféus em sua sala. São colocados em destaque para encher os olhos de

Leia mais »

Parabéns, Méleri

  Minha filha, Deus te abençoe                   Em sua vida que hoje se desponta; Lutarei por ti

Leia mais »

EXEMPLO ABENÇOADO

EXEMPLO ABENÇOADO Ela era sem dúvida a dona do sorriso mais lindo e envolvente que já conheci. Tinha os melhores conselhos, porque não eram “achismos”

Leia mais »