E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.
E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava
neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?
O enfermo respondeu-lhe: Senhor,
não tenho homem algum que, quando a água é agitada,
me coloque no tanque; mas, enquanto eu vou
desce outro antes de mim. (João 5: a 16)
Ao ler este impressionante relato da cura do paralítico, me deparo com a maneira como Jesus aparece no texto:” E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? (João 5:6).
Jesus chegava à Jerusalém, e inicialmente dirigiu-se à Porta das Ovelhas, onde, perto, havia um tanque chamado Betesda, no qual se encontravam muitas pessoas doentes esperando a cura pelo movimento das águas. Sem dúvida, um ambiente que ninguém gostaria de entrar, muito menos de permanecer vendo a aflição dos enfermos. Não Jesus.
Ele, o Bom Pastor, o Cordeiro de Deus entrou pela porta conhecida como Porta das Ovelhas, por onde entravam para o sacrifício no templo. Uma alegoria que representa Jesus Cristo, o verdadeiro cordeiro de Deus. João Batista declarou aos seus discípulos uma verdade maravilhosa: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:35,36).
E lá, à beira do tanque chamado Betesda, que significa “lugar da misericórdia divina” ou “casa da misericórdia divina, “descobriu um homem que estava enfermo há muito tempo”. Não precisou fazer uma pesquisa, muito menos indagar às pessoas ali presentes, pois sabia de sua longa enfermidade.
O Cordeiro de Deus entrou pela porta deste mundo onde se encontravam ovelhas desgarradas, sem condições de locomoção, paralíticos espirituais, e sem ter alguém que tivesse compaixão delas para dar-lhes a cura que precisavam. A misericórdia de Cristo que naquele dia alcançou o paralítico restabelecendo seus movimentos, é a mesma em nossos dias que restaura vidas.
Quando Jesus perguntou ao paralítico se teria alguém para ajudá-lo a entrar no tanque, foi sincero: “não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me coloque no tanque.” Quanta verdade! Muitos hoje esperam pela ajuda de religiosos, de amigos que nunca aparecem, e que não podem curá-los das enfermidades do coração. Enquanto não reconhecerem sua incapacidade confessando os seus pecados, não receberão a gloriosa cura espiritual que os fará andar com passos firmes debaixo da misericórdia de Cristo, desfrutando nova vida.
Aquele dia foi coroado com um final feliz: “Levanta, toma a tua cama e anda. Logo, aquele homem ficou são, tomou a sua cama, e partiu”. Hoje se dá o mesmo quando Jesus salva o pecador de seus pecados. Imediatamente surge uma nova vida, e a vida eterna é garantida.
A misericórdia de Cristo leva os paralíticos espirituais a andarem sobre a rocha que é Jesus e a terem a mesma experiência do salmista: “Tirou-me de um poço de perdição, de um atoleiro de lama; colocou os meus pés sobre uma rocha e firmou os meus passos”. (Salmos 40:2).
Que assim seja.
Orlando Arraz Maz©