Quando ainda era bem criança, algumas vezes ouvi meu pai citar o versículo que encabeça esta meditação. Nossa família possuía poucos recursos e condições bastante limitadas, embora nunca nos tenha faltado o básico em nossa mesa. Meu pai sempre confiou nesta citação bíblica.
Naqueles tempos não entendia a profundidade deste versículo, talvez por não ser um idoso, ainda. Os anos se passaram , tornei-me adulto, pai e avô, e novamente me confronto com este versículo. Desejo nele confiar , assim como confiavam meu pai e o rei Davi.
É bem provável que alguns tenham certa dificuldade em sua interpretação, principalmente nos dias de tanta religiosidade que atravessamos, confiando numa falsa pregação de abundância de bens materiais, sucesso financeiro, prosperidade neste mundo, transformando as “igrejas” em balcões de negócios, o verdadeiro “toma lá dá cá”.
A mensagem de Jesus a ninguém iludia com promessas de riquezas e bens materiais, pelo contrário ao vir ao mundo se fez pobre, e alertou a todos que no mundo teriam aflições.
Deus promete suprir nossas necessidades, não restam dúvidas. E Davi, agora um idoso, tem plena certeza que Deus nunca desampara o justo nem sua descendência. É possível alguém passar por dificuldades, assim como Davi passou diversas vezes.
Lembro-me quando com seus moços esperavam a bondade de Nabal e foram decepcionados, uma vez que estavam famintos (ISam.25), ou quando foi ao Tabernáculo onde se encontrava o sacerdote Aimeleque, à procura de pão. ( I Sam. 21).
Sim, o justo pode passar por privações, mas nunca sentir o desamparo de Deus.
Neste precioso salmo Davi é o homem que vive sem ganância (vers.21), que é abençoado (vers.22), que tem seus passos confirmados pelo Senhor(23),e que ao cair pelo caminho, contará com a sustentação da mão do Senhor (vers.24).Assim, nunca sentirá o desamparo de seu Deus nem tampouco sua descendência.
Bendito seja o Deus de Davi e de meu pai, o qual não nos promete bens materiais, sucesso financeiro, mas nos abençoa e conforta com a sua presença.
Que ensinemos nossos filhos a fidelidade de Deus, que não desampara aqueles que o temem, nem a sua descendência.
Ele não promete um tapete florido, mas uma mesa farta com sua presença constante e abençoada.
Que assim seja
Orlando Arraz Maz©